Mas perguntas e respostas que deveriam ser enfrentadas e consideradas, são: Como povos que proclamam na sua máxima de conduta moral e religiosa de “Amar ao próximo”, capturavam, compravam, vendiam,trocavam, matavam, penhoravam, leiloavam, herdavam, doavam, abandonavam, e castigavam escravos? Como aguardavam com suas consciências tranqüilas – dentro de suas igrejas – alcançar o “Paraíso”, os que possuíam cativos de um a centenas de humanos? Como a praticavam sem o menor constrangimento social, moral, familiar, e religioso.
Os itens listados acima são conseqüências dentro de uma sociedade política-religiosa, com princípios de espoliação escravista no Alto Tiete não era diferente.
Estava , fundamentada e associada a uma concepção religiosa que permite à seus adeptos a livre escravatura; captura e servidão com aval teocrático. Os procedimentos de como capturar escravo, seu preço
comercial, compra – venda, manejo, tratamento, corretivo, uso sexual, destino de prole filhos e seus descendentes , sua obrigação, sujeição, etc., estão claramente estabelecidas, por absurdo que possa parecer nas cidades do Alto Tietê principalmente em Mogi das Cruzes pois o crescimento significativo de escravos no primeiro período está ligado a um
dinamismo provocado principalmente, pela introdução do cultivo e manufatura do algodão e ao
aumento da produção de aguardente.
Porém, no segundo período a reduzida taxa de crescimento
vinculava-se principalmente à extinção das peças de panos de algodão das receitas de exportação,
que até o final do século XVIII representava o principal produto de exportação. No terceiro
período, retomou-se o aumento significativo no número de escravos em função principalmente da
introdução e cultivo do café.
A economia de Mogi das Cruzes era basicamente agrícola, pois em todos os
anos houve a predominância de escravos ligados a esta atividade produtiva, que variou entre 78%
em 1801 e 80,5% em 1829.
Por outro lado, estava voltada para o mercado interno, uma vez que, na maioria
dos anos analisados, os cativos estavam atrelados à agricultura de subsistência, exceto em 1829.
Em 1801, 68,93% dos escravos desenvolviam atividades ligadas à agricultura de subsistência,
66,0% em 1818 e 46,0% em 1829. A diminuição da participação dos escravos na agricultura de
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subsistência, em 1829, está diretamente relacionada à introdução e desenvolvimento do cultivo do
café. Em 1818, apenas 1,1% dos escravos trabalhavam no cultivo do café, e 26,6% em 1829.
Fonte: http://www.abphe.org.br/arquivos/jonas-rafael-dos-santos.pdf
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