Situada no extremo leste da região metropolitana de São Paulo, Mogi das Cruzes
teve sua primeira base econômica na agricultura, mesmo que sem grande produção excedente
para a exportação. Os freis carmelitas chegaram à região no início do século XVII e, durante
muito tempo controlaram a maior parte da terra produtiva, o que nos leva a supor que
também tenham mantido sob sua propriedade grande número de pretos escravizados.
Com a
redução no número de religiosos (devido às mudanças políticas que ocorreram desde final do
século XVII até o período imperial), tanto sua ação pastoral quanto a econômica sofreram
grandes mudanças, a exemplo do que ocorreu também aos demais habitantes do país e ao
clero secular: vivências e práticas religiosas, que até hoje têm grande influência na vida social
da região, passaram pelas adaptações decorrentes da separação entre a Igreja e o regime do
Padroado do governo português.
A ordem carmelita estabeleceu-se oficialmente na região de Mogi das Cruzes no ano
de 1629. Em poucos anos, através da generosidade dos devotos, seu patrimônio cresceu
rapidamente, e os religiosos tornaram-se os maiores proprietários de terras da região e suas
fazendas – Sabaúna, Santo Ângelo e Santo Alberto – essencialmente agrícolas, utilizaram a
mão de obra de pessoas escravizadas: primeiro indígenas e depois pretos, trazidos direto da
África ou já nascidos em terras brasileiras.
Quase quatrocentos anos depois, os carmelitas ainda estão presentes, de maneira
efetiva, na vida religiosa da cidade. Mantendo em seu complexo arquitetônico colonial a sede
da Paroquia Nossa Senhora do Carmo e administrando os trabalhos pastorais da comunidade
católica do bairro Vila Natal e da capela de Santo Ângelo, no distrito de Jundiapeba, também participam da vida cultural da cidade através do Museu das Igrejas do Carmo (MIC), instalado
nas dependências da igreja da Ordem Primeira.
A Ordem Terceira do Carmo e a Irmandade de São Benedito, organizações leigas de
origem ligada diretamente à Ordem, também continuam em atividade até o presente
exercendo sua religiosidade.
Fonte: “LIVRAI-NOS DO MAL, AMÉM”: O PERÍODO PRÉ-ABOLIÇÃO NAS TERRAS DO CARMELO EM MOGI DAS CRUZES – SP,Heloisa Constantino,Anais do XIV Simpósio Nacional da ABHR Juiz de Fora, MG, 15 a 17 de abril de 2015.
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Os frades Carmelitas de Mogi das Cruzes mantém no distrito de Taiaçupeba a Casa Santa Terezinha, acolhendo uns vinte homens para recuperação de vícios em drogas. Atualmente lá moram quatro frades, trabalhando diretamente com estes acolhidos: frei Chico, frei Thiago Cruz, frei Damião e frei Vicente.
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